Pesquisar conteúdo

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Não deixe de fazer o bem

Mesmo que o decepcionem, não se canse de fazer o bem




Dizem que fazer o bem é se esquecer de si mesmo para dar tudo aos outros, mas isso não é verdade. Agir de forma correta, com integridade e favorecendo o bem-estar daqueles que nos rodeiam, não significa “se abandonar”.
Quem procura sempre o melhor para o todo age segundo a sua voz interior, e de acordo com seus próprios valores. Se não for assim, estaria indo contra a sua própria essência, e então estaria provocando um dano grave à sua identidade.
Dizem que há decepções que nos fazem abrir os olhos e fechar o coração. É uma dor que nos obriga a ser mais prudentes, mas que jamais deveria nos levar a perder a capacidade de fazer o bem.




De alguma forma, esta ideia lembra um pouco aquela que Saint-Exupéry nos deixou em “O Pequeno Príncipe”: “seria uma loucura odiar todas as rosas porque uma nos espetou”.
Portanto, pelo fato de termos sofrido uma decepção, não vamos odiar o resto do mundo, e mais ainda, mudar a própria filosofia de vida por ter experimentado várias, ou mesmo muitas decepções. Você pode se vestir com a prudência, com a armadura da cautela, mas nunca se renda ao rancor ou ao ódio. Não vale a pena.

Mesmo que me decepcionem, não me cansarei de fazer o bem

homem-ao-lado-de-arvore
Todos contamos com mais de uma história pessoal marcada pela decepção. Algumas doem mais que outras, e algumas nos obrigaram a perder a inocência inicial com a qual costumamos chegar a este mundo.
Dizem que até o coração mais apaixonado se cansa de ser machucado, mas mesmo que tenhamos muitas feridas, nunca deveríamos perder a nossa capacidade de amar, de gostar de quem merece de verdade.




Na vida investimos tempo, emoções, sonhos e esperanças para alcançar certos objetivos. Às vezes são somente aspirações, outras vezes é vida investida em determinadas pessoas que, em algum momento, podem nos decepcionar.
  • Quando queremos alguma coisa com muita intensidade e a perdemos, surgirão a decepção e o vazio.
  • Não apenas perdemos esse relacionamento, esse sonho, como também deixamos ir embora uma parte de nós mesmos.
  • O maior perigo das decepções está em cair no desamparo. Há algo que não se ajusta às nossas expectativas, que não aconteceu como esperado… E isso dói tanto que pode gerar uma sensação de que, faça você o que fizer, tudo voltará a se repetir do mesmo jeito.
  • É muito comum que determinados fracassos e especialmente decepções provoquem sentimentos negativos como a ira, a raiva, o rancor ou a frustração.
  • Toda aquela emoção negativa mantida de forma crônica ao longo do tempo pode fazê-lo mudar a visão sobre a vida, as pessoas e inclusive a ideia de que ainda possa existir gente boa no mundo.
Nunca devemos nos deixar levar até esses extremos nos quais os valores se rompem por completo. Quando perdemos os nossos valores, perdemos tudo, e se você perde a sua capacidade de fazer o bem pensando que não vale a pena, estará deixando de ser você mesmo. Você deixará de se reconhecer cada vez que se olhar no espelho.
mulher-fazendo-o-bem-a-elefante

Pratique o hábito da aceitação



Cada coisa que acontecer na sua vida, seja boa ou ruim, aceite-a, integre-a e continue avançando do jeito mais leve possível. Se você armazenar rancor, caminhará devagar; se guardar raiva, procurará vingança; se esconder ódio, ficará encalhado e terá perdido completamente a sua capacidade de fazer o bem e gerar felicidade nos outros.
Nesta vida, não somos mais do que breves passageiros em um caminho onde quem passar leve de ódios e rancores será capaz de desfrutar o trajeto com maior sabedoria e integridade.
Sabemos que nem sempre é fácil enfrentar uma decepção, mas se há algo que você não deve permitir, é que o mau comportamento de outros fique impregnado em você a ponto de mudá-lo, de fazer você achar que não existem as pessoas boas, ou ainda, que as pessoas boas sempre acabam feridas.

Como superar uma decepção para continuar confiando em você mesmo e naqueles que o rodeiam




Tome nota de como se proteger das decepções no seu dia a dia, na medida do possível:
  • Procure viver o “aqui e agora“, foque no presente sem criar muitas expectativassobre o que acontecerá ou sobre o que poderá acontecer. Deixe-se levar. 
  • Aceite que as decepções fazem parte do transcurso vital e que é preciso aprender com elas. Não permita que elas o transformem em algo que você não é.
  • Compreenda que você não pode controlar aquilo que as outras pessoas fazem, seja bom ou ruim. Você sabe quem você é e o que você quer, e sabe que fazer o bem faz parte das suas raízes, da sua essência vital.
  • Acredite nas pessoas até que demonstrem o contrário. Permita-se confiar. Você tem experiência, tem nobreza no seu coração e merece sempre encontrar o melhor das pessoas. Se você se aproximar delas com rancores passados, encontrará rejeição.
Encare as decepções como uma renovação: é experiência e um claro exemplo daquilo que você não quer repetir. Nunca perca a sua capacidade de fazer o bem mesmo que o decepcionem muitas vezes, mesmo que você caia muitas vezes.
 Compartilhar
Imagens cortesia de Pascal Campion e Holly Sierra.


Pessoas egoístas



As pessoas egoístas são incapazes de amar



É comum termos a ideia arraigada de que as pessoas egoístas são narcisistas. Acreditamos que estas pessoas apenas se preocupam com elas mesmas, que se valorizam e se amam acima de tudo. No entanto, a realidade é bem diferente: as pessoas egoístas não têm apenas dificuldade de amar os outros, mas também de amar a si mesmas.
Entendemos que uma pessoa egoísta é aquela que só se interessa por si mesma. Ela carece de respeito e de interesse pelas necessidades dos outros, se relaciona com as pessoas principalmente por sua utilidade e pelos benefícios que podem extrair delas.
Estabelecem, portanto, relacionamentos instrumentais para cobrir as suas necessidades, sem considerar a vertente emocional das pessoas. Isto pode acontecer, por sua vez, pelo temor de se envolver demais nos relacionamentos e sair machucado. Assim, na verdade, o estão fazendo é fugir do amor.
A pessoa egoísta não obtém satisfação em dar; a sua preocupação está basicamente no que vai receber em troca. Pode dar a impressão de que toda esta energia que foca em si mesma é decorrente do amor próprio que sente. Contudo, todas essas atitudes implicam uma grande incapacidade de amar a si mesmo.
“Não enxerga mais do que a si mesma; julga os outros segundo a sua utilidade; é basicamente incapaz de amar. Isso não prova que a preocupação com os outros e consigo mesmo são alternativas inevitáveis? Isso seria verdade se o egoísmo e o amor próprio fossem idênticos, mas tal suposição é precisamente a falácia que levou a tantas conclusões errôneas a respeito dos nossos problemas.”
-Erich Fromm-
mulher-gato

As pessoas egoístas não possuem amor próprio



É comum que as pessoas confundam amor próprio com o fato de ser egoísta. A pessoa que ama a si mesma está longe de parecer uma pessoa egoísta, já que existem diferenças notórias que denotam uma preocupação real tanto consigo mesmo quanto com as pessoas que a rodeiam.
Quando mergulhamos no próprio conhecimento de nós mesmos, iniciamos, por sua vez, uma melhor compreensão dos outros. O autoconhecimento é a única forma de ser consciente das nossas próprias limitações, da falta de autoaceitação e de todos os medos subjacentes ao próprio comportamento.
“O egoísmo e o amor por si mesmo, longe de serem idênticos, são realmente opostos. O indivíduo egoísta não se ama muito, e sim muito pouco; na verdade, se odeia. Tal falta de carinho e cuidado nada mais é do que a expressão da sua falta de produtividade, o deixa vazio e frustrado. Necessariamente se sente infeliz e ansiosamente preocupado por arrancar da vida as satisfações que ele se impede de obter.
-Erich Fromm-

Amar-se para poder amar









É fundamental amar primeiro a si mesmo para então poder amar os outros. Este fato é primordial e está muito longe do que é o egoísmo. Atender e ouvir as nossas própriasnecessidades, dando-lhes o valor que merecem, supõe um respeito consigo mesmo, imprescindível para aprender a se amar.
Considerar as próprias emoções, expressando-as e aceitando-as, nos transforma em pessoas mais autênticas com facilidade para nos relacionarmos a partir da intimidade e da confiança, e não através do medo de ser ferido, que só termina em relacionamentos superficiais, onde vamos agregando camadas que nos impedem de ver a nossa própria capacidade de amar.
“A ideia expressada no versículo bíblico ‘Ame o próximo como a si mesmo’ implica que o respeito pela própria integridade e unicidade, o amor e a compreensão de si mesmo, não podem se separar do respeito, o amor e a compreensão do outro indivíduo. O amor para consigo mesmo está inseparavelmente ligado ao amor por qualquer outro ser.”
-Erich Fromm-
mulher-com-folha-e-coracao

Enganamos a nós mesmos achando que amamos



Do mesmo jeito que a pessoa que é egoísta é incapaz de amar, isso acontece também com a pessoa que tem uma grande preocupação com os outros, e se dedica completamente a aqueles que a rodeiam, desconectando-se de si mesma. Desta forma, acha que sente tanto amor que é capaz de renunciar às suas necessidades.
Este exemplo é fácil de enxergar nas mães superprotetoras e nas pessoas que se esquecem de si mesmas para prestar atenção aos outros, e estar à sua disposição para quando precisarem. São pessoas que se derramam nas necessidades alheias como se fossem as suas próprias.
Esta forma de amar pode ser confundida com pessoas muito boas, que estão dispostas a se entregarem desinteressadamente, e amam ao próximo inclusive mais do que a si mesmas. Esta conclusão é igualmente enganosa à de que o egoísta ama muito a si mesmo. Ambas as formas de amar são um autoengano no qual se manifesta uma compensação exagerada pela sua incapacidade de amar.
“É mais fácil compreender o egoísmo comparando-o com a ávida preocupação pelos outros, como a que encontramos, por exemplo, em uma mãe superprotetora. Embora ela ache conscientemente que é extremamente carinhosa com seu filho, na verdade possui uma hostilidade profundamente reprimida contra o objeto das suas preocupações. Os seus cuidados exagerados não obedecem a um amor excessivo para com a criança, e sim ao fato de que ela precisa compensar a sua total incapacidade de amá-lo.”
-Erich Fromm-







Como podemos comprovar nos exemplos das pessoas egoístas e nas pessoas que não se preocupam consigo mesmas, estas são duas formas nas quais não existe o amor por si mesmo, portanto, não pode existir o amor pelas outras pessoas.
“Disto deduzimos que a minha própria pessoa deve ser um objeto do meu amor, do mesmo jeito que é a outra pessoa. A afirmação da vida, felicidade, crescimento e liberdade própria estão arraigados na própria capacidade de amar, isto é, no cuidado, no respeito, na responsabilidade e no conhecimento. Se um indivíduo é capaz de amar produtivamente, também ama a si mesmo; se só ama os outros, não pode amar de jeito algum.”
-Erich Fromm-
Mulher com um Temos que seguir em frente com um passado saudável



Temos que seguir em frente com um passado saudável

Seguir em frente na vida significa crescer, desenvolver as potencialidades, desenhar projetos pessoais, profissionais e sociais e realizá-los. No entanto, você percebe mais do que uma vez que não consegue alcançar esse avanço, que o passado ainda está presente ou que tudo acontece em um ritmo muito lento, apesar de colocar muito esforço nisso. O que está acontecendo?
O normal é que as pessoas busquem as causas da estagnação nas circunstâncias externas que rodeiam o presente. Assim, irão aparecer as explicações que se relacionam com as deficiências do ambiente e as responsabilidades são atribuídas a elas. Embora não se deva subestimar a incidência desses fatores, o fato é que,essencialmente, o avanço depende sempre de nós mesmos.
“Deveríamos usar o passado como trampolim, e não como sofá.”
-Harold MacMillan-
Muitas vezes nós simplesmente não seguimos em frente porque há algo no passado com força suficiente para entorpecer a nossa evolução pessoal. É um erro pensar que o passado ficou para trás e já não conta. Na verdade, é exatamente o contrário: de todas as épocas da vida, o passado é o mais determinante, por isso é tão importante ter um passado saudável.

O passado está sempre acontecendo…

Jovem envolta em um céu estrelado
É verdade: o passado está sempre acontecendo. No trabalho que realizamos hoje de forma tão eficiente no escritório também está o menino que aprendeu a ganhar estrelas douradas por cada tarefa concluída. Nessa pessoa que hoje se apaixona perdidamente também está a criança que permanecia atenta aos gestos de aprovação e desaprovação da sua mãe.
Somos essencialmente passado, embora tenhamos que agir no presente e em função do que imaginamos que vai acontecer no futuro. Por isso o passado é, na realidade, esse fator que impulsiona ou que surge como obstáculo para seguirmos em frente na vida.
infância é a etapa decisiva da nossa existência. É o tempo original do nosso ser, a época na qual absorvemos e processamos uma postura em relação a nós mesmos e ao mundo. Os outros tempos da vida são adaptações e reacomodações desse passado.
Existe um ditado que diz que “o melhor presente que um ser humano pode dar a outro é uma infância feliz”. Infelizmente, o oposto também é verdadeiro: os maiores danos na existência de alguém nascem de uma infância infeliz. São feridas que podem levar uma vida inteira para curar, ou podem até mesmo nunca ser curadas.
Tudo o que dissemos anteriormente não quer dizer que, uma vez que o passado já tenha ocorrido, não há nada mais a fazer. Na verdade, cada um de nós pode pegar essas experiências vividas e convertê-las em um fator enriquecedor ou limitante. De passados traumáticos nasceram maravilhosas obras de arte e pensamentos, assim como de infâncias felizes surgem pessoas inesquecíveis.
O passado fornece uma matéria prima que, em essência, é imutável. Mas essa matéria prima, como seu nome indica, é só um material de base. O que se constrói com ela depende tanto da própria substância quanto do trabalho de quem a modela.

Aprender a analisar o que ocorreu para ter um passado saudável

Mulher envolta em flores rosadas
Ninguém escapa das experiências duras, difíceis ou injustas da vida, mas o duro, o difícil e o injusto dessas vivências pode ser potencializado ou minimizado, dependendo da forma como a pessoa os processa. De qualquer forma, a pior de todas as alternativas é pretender recusar um lado, com o propósito de ignorar a dor e agir como se nada tivesse acontecido.
Essa negação do passado doloroso leva unicamente a confusões cada vez mais difíceis de resolver. Se alguém sofreu, por exemplo, com a indiferença ou a rejeição dos seus pais e procura ignorar toda a dor que isso gera, provavelmente vai se convertendo em alguém aparentemente insensível, com dificuldade de criar vínculos íntimos com os outros, mas que rompe em lágrimas assistindo a um comercial.
Você vai sentir uma grande insatisfação consigo mesmo e, portanto, com as pessoas que o rodeiam. Provavelmente você será excessivamente exigente e, ao mesmo tempo, supersensível a críticas. Você vai ter dificuldades em avaliar objetivamente o valor das suas ações e, em geral, vai se sentir ou muito melhor, ou muito pior do que os outros, nunca igual.
Este conjunto de atitudes e emoções configuram uma vida inteira, na qual a nota predominante será o conflito e a insatisfação. No entanto, tudo isso não provém necessariamente dessa indiferença ou rejeição da qual você foi objeto quando era uma criança vulnerável, mas sim da recusa em rever essas experiências para lhes dar um sentido construtivo. Da recusa em experimentar todos os vestígios de dor que deixa uma situação semelhante.
Não se trata de precisar de uma pós-graduação, de um parceiro melhor, de filhos mais obedientes ou de uma casa mais bonita. A resposta à estagnação está no passado, naquelas pontas soltas que não terminamos de atar, naquelas dores que nunca se curaram.
Depurar o passado é uma tarefa que todos devemos realizar em algum momento das nossas vidas, principalmente naqueles em que percebermos que os nossos esforços não são recompensados com resultados encorajadores. Não é que tenhamos “algo de errado” ou algo deficiente. É que talvez não tenhamos entendido que, para seguir em frente, precisamos de um passado saudável.
Criança subindo na árvore
Imagens cortesia de Anna Dittman.
Os nossos medos se escondem na ira e na raiva



Os nossos medos se escondem na ira e na raiva

Existem emoções desagradáveis, como a ira e a raiva, que escondem mensagens reveladoras. Essas emoções estão nos transmitindo algo muito profundo sobre nós: nossos medos que somos incapazes de reconhecer e aceitar.
Por que não queremos reconhecer os nossos medos? As armadilhas dos nossos pensamentos nos fazem sentir, uma e outra vez, raiva, aborrecimento e desconforto. Acabamos assim por nos encontrarmos à mercê do nosso raciocínio, ao ficarmos com uma análise consciente e superficial dos nossos medos.
Vivemos sob uma pressão social onde os medos são considerados uma vulnerabilidade, algo que nos torna fracos. Temos essa crença que nos faz enterrar os medos no nosso subconsciente. E assim eles são revelados sob a aparência de ira diante de situações que fogem do nosso controle, que fazem parte dos nossos temores mais profundos.

É mais fácil sentir a ira do que reconhecer o medo

Estamos mais habituados a ver pessoas ficarem com raiva do que pessoas que sejam capazes de reconhecer seus medos. Nós persistimos na ira, manifestando-a até que seja parte de nós (produzindo respostas psicossomáticas) ou exteriorizando-as. No segundo caso, projetamos a nossa ira nos outros com base na crença de que foi outra pessoa ou uma situação que nos fez sentir essa grande raiva convertida em ira.
Controlar a ira também não é fácil, embora estejamos mais familiarizados com ela do que com o medo. Ela está em um nível mais superficial, e é por isso que nela se ocultam outros assuntos, aqueles que não entendemos ou que não estamos preparados para enfrentar.
Certamente você já conheceu pessoas que estão sempre com raiva, que parecem ter a raiva como parte da sua personalidade; no entanto, por trás dessa atitude existem muitas razões ocultas. A ira seria apenas a ponta do iceberg, aquilo que podemos ver.
Nossos medos não enfrentados se convertem em ira, e podemos permanecer neste estado durante muito tempo se não estivermos dispostos a nos aprofundarmos em suas raízes.
mulher-com-raiva

Quando reprimimos a nossa raiva

Quando a raiva se apresenta nas nossas vidas e não entendemos as suas causas, começamos a especular sobre o ocorrido, intelectualizamos a emoção, e acabamos por não nos permitir sentir a raiva e a dor.
Não entendemos certos aborrecimentos, em muitas ocasiões os consideramos desproporcionais, injustificados e sem sentido. Nos atrevemos a julgar o que sentimos com o intuito de não sentirmos nada. Desvalorizamos as nossas emoções e vamos guardando-as em nosso sótão interno. A verdade é que aparecem por uma razão ainda mais profunda, e estamos anulando qualquer possibilidade de compreender e abordar essa razão.
Nossa tendência habitual é a de separar a mente das emoções, deixando que seja a mente a se encarregar de apaziguar o que sentimos, esquecendo-nos assim do nosso corpo e dos nossos sentimentos.
“Às vezes somos muito teimosos para admitir que temos necessidades, pois na nossa sociedade a necessidade é equiparada à fraqueza. Quando nos voltamos para dentro da nossa ira, ela é geralmente expressa através de sentimentos de depressão e culpa.”
-Elisabeth Kübler-Ross-
mulher-livre-das-correntes

Nos libertamos da ira compreendendo os nossos medos



Nós temos um repertório de medos muito grande, que são alimentados desde a nossa infância, reforçados pela sociedade e ampliados pela nossa falta de autoconhecimento. Não há dúvidas de que os responsáveis e os encarregados por enfrentar estes medos somos nós mesmos.
Quando somos capazes de nos responsabilizarmos por nossos medos, também somos  capazes de não julgar o que sentimos e o que experimentamos. É neste ponto que já não temos a necessidade de culpar, manipular e mentir.
Em certos aborrecimentos está subjacente um medo específico que qualquer pessoa externa a nós poderia facilmente reparar, basta que ela tente ver um pouco mais além da raiva.



Estes são alguns exemplos que servem especialmente para quando a raiva é recorrente:um acesso de raiva porque alguém não chegou pode estar indicando um medo do abandono. Um acesso de raiva por algo que alguém nos disse e que não gostamos pode indicar medo da falta de reconhecimento ou medo de que a pessoa não nos ame.
Os medos estão enraizados na raiva recorrente. A ira aparece cobrindo cada vez mais situações, e nos sentimos com raiva acreditando que são os outros que a causam. Isto nos impede de explorar os nossos medos e de cuidar deles, privando-nos assim da oportunidade de compreendê-los e curá-los.
Você é corajoso


Você é corajoso porque voltou ao lugar onde partiram seu coração

Sêneca dizia que quando o sol se esconde, vemos melhor a sua grandeza. A maioria de nós passa pela vida sempre procurando “mais”: ser mais rico, mais bonito, mais inteligente, mais amado. Assim, neste estado de querer sempre ter mais que os outros, nos esquecemos de que a busca da grandeza esconde a nossa “pequenez”. Na realidade,desfrutar as pequenas coisas e realizar pequenos atos que demonstram a nossacoragem é um sinal de grandeza.
Aquela pessoa que realiza um ato heróico, que luta contra o opressor, que realiza grandes feitos para os outros é muito valente, mas aquele que vai visitar um amigo doente, que consola uma criança que chora, que se atreve voltar ao lugar onde partiram o seu coração, também é muito corajoso.
“Aprecie as pequenas coisas, porque um dia você pode olhar para trás e perceber que elas eram grandes coisas”.
“Robert Brauli-
homem-corajoso-enfrentando-o-mar

O eneatipo do cético e a sua virtude oculta: a coragem

eneagrama é uma técnica utilizada pelos psicoterapeutas, coaches, psiquiatras, que classifica a personalidade em nove tipos diferentes chamados de eneatipos. É um mapa de como nos comportamos, de como somos e como nos relacionamos com a forma de ser do outro.
Os nove eneatipos são os seguintes: o perfeccionista (ira), o ajudador (orgulho), o motivador (vaidade), o diferente (inveja), o desapegado (avareza), o cético (medo), o entusiasta, (gula), o dominante (luxúria), e o pacificador (preguiça), (entre parêntesis o defeito de cada um).
A nomenclatura dos eneatipos varia conforme o autor, mas no nosso caso, o que nos interessa é o eneatipo 06 (cético ou questionador), porque o seu defeito é o medo, mas sua virtude oculta é a coragem. O eneatipo 06 está sempre em dúvida sobre alguma coisa, porque tem medo, sente o perigo e não é capaz de se decidir.
Ser corajoso é enfrentar os medos com determinação e confiança, sabendo dos riscos que corremos. No entanto, como podemos lidar com os medos e agir como uma pessoa corajosa? Citamos aqui algumas sugestões:

O começo para ser corajoso: o perdão

Quando alguém nos machuca, desejamos vingança para que ele pague por tudo que nos fez. Cada vez que pensamos na vingança, revivemos toda a mágoa e o sofrimento, e isso se torna um círculo vicioso.
O remédio contra essa dor é o perdão. Aquele que perdoa substitui uma série de comportamentos destrutivos para com a pessoa que o feriu por outros mais construtivos.
O perdão é um passo necessário para aplacar a nossa sede de vingança e nos libertar do sofrimento.
Alguns acreditam que o perdão não envolve somente uma mudança de comportamento, mas uma ação positiva sobre aquela pessoa que nos feriu. Na verdade, o perdão não é uma única ação, mas um processo que passa por várias etapas que vão se completando até alcançar o perdão total.
“Perdoar não é esquecer, mas lembrar sem se machucar”.
perdoar-dando-uma-flor

Volte para onde lhe fizeram sofrer



Voltar para o lugar onde nos fizeram sofrer é um ato de valentia que pode parecer pequeno, mas nos transforma em heróis do dia a dia. Muitas vezes evitamos voltar ao lugar que nos provoca um sentimento muito intenso e recordações desagradáveis.
No entanto, para perdoar pode ser necessário regressar e enfrentar o desafio: aprendendo a controlar os sentimentos e não nos deixando levar por eles.
O que você sente quando volta para a casa onde viveu com um companheiro que o deixou? No início, sentirá frustração, tristeza e imagens do passado, felizes ou não, voltarão à sua mente. Mas não se esqueça de que precisamos viver e desfrutar o presente. Apague gradualmente essas lembranças tristes da sua mente e construa outras, que estão baseadas na sua coragem e no perdão.
“A vida se dilata ou se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo”.
-Anaïs  Nin-
Mulher que ama o seu trabalho

Faça com que o seu trabalho seja a materialização do amor

Dedicamos uma grande parte das nossas vidas ao nosso trabalho, e embora algumas pessoas se conformem em sobreviver, outras fazem do seu trabalho uma forma de vida. Quando uma pessoa ama o seu trabalho, ela se destaca entre as demais, visto que é capaz de viver com uma paixão e alegria constantes.
Que tipo de pessoa você é: das que se conformam e sobrevivem com o seu trabalho ou das que acabam se dedicando ao que realmente amam?
Certamente você já encontrou alguma dessas pessoas que amam o seu trabalho; são aquelas que ficam felizes durante o expediente e, por isso, estão dispostas a inovar e a melhorar a cada dia. São profissionais que dão o melhor de si mesmos como pessoas, sem descuidar dos aspectos mais importantes da sua profissão.
Não importa de qual trabalho estamos falando, é possível encontrar o que amamos em qualquer um deles. Seja no âmbito da construção, da limpeza, do atendimento ao cliente, profissionais de saúde, administração, agricultura, educação, etc. Todos os trabalhos são igualmente dignos, e podemos fazer deles uma arte.
“Amar a vida através do trabalho é partilhar do segredo mais íntimo da vida.”
-Khalil Gibran-

Dedique-se a aquilo que você ama

Sempre que vemos alguém que aprecia o que faz no trabalho, decidimos que essa pessoa é privilegiada, já que encontrou aquilo que não só lhe permite viver, mas também lhe traz satisfação e alegria. Pensamos assim mesmo que, para conseguir isso, a pessoa tenha realizado um grande esforço.
É que encontrar aquilo que amamos requer atender às nossas necessidades, não nos conformarmos com simplesmente viver, mas sim querer viver de uma forma plena, onde podemos desenvolver todos os nossos aspectos e potenciais.
“A sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, dedicar-se a ele com todo o seu coração.”
-Buda-
Mão tocando piano

Uma vez que tenhamos encontrado qual é a tarefa e o âmbito que mais nos reconfortam, aqueles que nos permitem crescer não só como profissionais, mas como pessoas, chegou o momento de tomar uma atitude corajosa para não abandonar essa ideia.
Não é fácil apostar em se dedicar ao que você ama, pois haverá muitas circunstâncias que você terá que cumprir; no entanto, vale a pena ir por esse caminho do que você ama, mesmo que seja pouco a pouco, e de uma forma que possa ir dando pequenos passos até finalmente conseguir.

O trabalho feito com amor



Em todas as nossas ações podemos deixar impregnada uma parte do nosso amor, que vai inevitavelmente influenciar a sensibilidade das pessoas com as quais mantemos contato. Deixamos toques delicados dispersos para quem estiver disposto a reconhecê-los, e que permitam tocar o seu ser.
O trabalho é uma dessas atividades onde temos a oportunidade de nos comover e fornecer toda a sensibilidade que nós temos, mostrando toda a beleza da qual somos feitos. Uma força que pode ir mais além dos medos e da insegurança; transbordando com a energia que move o amor.
É fácil perceber quando alguém está colocando amor naquilo que faz, pois a ação mais humilde se torna uma contribuição valiosa, capaz de gerar emoções agradáveis. Essa pessoa que deposita seu amor entra em um estado de bem-estar e plenitude que deixa um brilho em seus olhos, alcançando o entusiasmo próprio de um apaixonado pela vida.
“O trabalho é o amor tornado visível. E se não sabeis trabalhar com amor, mas apenas com desagrado, é melhor deixardes o trabalho e sentar-vos à porta do templo a pedir esmola a aqueles que trabalham com alegria.”
-Kahlil Gibran-
Mulher observando horizonte

Não viva pela metade, viva em plenitude



Temos que viver em plenitude neste rio no qual podemos decidir se queremos afundar ou fluir pelo trajeto que nos conduza a novas rotas, passando pelas correntes e mergulhando em suas profundezas, explorando, primeiro a nós mesmos, para alcançar a fusão com a natureza e o sentido que ela nos dá.
Se você escolher viver em plenitude, vai colocar amor em cada coisa que fizer. Entregando-se por completo, você vai desfrutar e crescer aprendendo ao mesmo tempo que compartilha o fruto do seu trabalho com os outros ao seu redor.
Se você quer realmente viver: viva em plenitude, com a segurança de que você só vai se arrepender do que não tiver feito, do que não tiver tentado e de tudo o que deixou de saborear por não ter se atrevido a viver, por permanecer estagnado em um estado ilusório de segurança que não lhe permitiu conhecer todas as suas potencialidades.
“Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e a únicamaneira de estar verdadeiramente satisfeito é fazendo aquilo que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um ótimotrabalho é fazendo o que você ama fazer.”
-Steve Jobs-

Lidar com pessoas hipersensíveis



6 dicas para lidar com pessoas hipersensíveis



As pessoas hipersensíveis são pessoas extremamente intuitivas que sentem tudo antes e com mais intensidade que os outros. Essa extrema sensibilidade pode fazer com que elas sejam bastante críticas, visto que os efeitos também são mais elevados.
Os ruídos, os odores ou a forma de agir dos outros podem ser um ponto chave para as pessoas altamente sensíveis. Além disso, como elas são plenamente conscientes dessa sensibilidade extrema, normalmente se sentem desconfortáveis e reagem assim que percebem a primeira mudança. Muitas vezes a sua reação pode parecer exagerada aos outros, e é normal que isso piore com o tempo.
Um problema que ocorre com frequência com as pessoas hipersensíveis é que elas não são compreendidas e passam por pessoas bruscas ou mal-humoradas. Os outros não conseguem entender o motivo de sua reação e nem consideram a sua intensidade adequada, o que piora a situação e cria um ambiente incômodo e desagradável.

O respeito, a chave para lidar com pessoas hipersensíveis

Não entender a forma de reagir ou de viver os estímulos do outro não é motivo para ficar com raiva ou marginalizá-lo. Também não é motivo para zombar dele ou para procurar uma forma de fazer com que ele reaja de forma violenta. Isso, que para muitos parece divertido, faz com que as pessoas hipersensíveis sofram e influencia a sua autoestima. Muitas podem se tornar tímidas ou introvertidas por causa disso.
Se você vive ou passa muito tempo com uma pessoa hipersensível e suas reações são carregadas de mau humor ou atitudes negativas, talvez você devesse se perguntar em que medida você provoca essas reações e o que pode fazer para incentivar reações mais adequadas.
A pessoa não tem culpa por ser tão sensível, assim como você não pode evitar sentir dor e se machucar bruscamente quando uma chama se aproxima da sua pele ou uma agulha fura um dedo.
Em todo caso, o segredo para lidar com pessoas hipersensíveis é respeitar a forma delas de sentir e de receber os estímulos e proporcionar uma relação saudável e um clima agradável para todos.
Mulher com borboletas

Como lidar com pessoas hipersensíveis

Aplicar este princípio do respeito pode não ser sempre fácil, sobretudo porque muitas vezes as pessoas altamente sensíveis estão acostumadas a não serem tratadas de forma adequada. Isso implica que podem estar predispostas ou tornarem-se cada vez mais sensíveis perante a falta de compreensão das pessoas ao seu redor.
As dicas a seguir irão ajudá-lo a lidar com as pessoas altamente sensíveis e também a cuidar delas, que podem sofrer perante os fatos ou situações que você não só não conhece, mas que também nem imagina.

Fale com uma voz baixa e evite barulho


Pode parecer óbvio, mas muitas vezes não temos consciência de que o volume da nossa voz, os aparelhos que temos ligados e o barulho que podemos fazer pode alterar os outros. Respeitar os outros implica algo tão básico como controlar a intensidade dos sons.
Com o barulho e o volume alto invadimos o espaço pessoal dos outros e criamos um clima propenso ao mau humor e às reações bruscas, no qual o diálogo e a empatia deixam de ser uma opção para os outros.

Não a considere uma reclamona



Se há uma coisa que incomoda as pessoas hipersensíveis é que as acusem de ser reclamonas. Elas reagem igual a você quando alguma coisa o incomoda. A diferença, mais uma vez, é que eles percebem o estímulo antes e com mais intensidade.
Não pense no motivo de queixa do outro, mas sim no que você pode fazer para não irritá-lo ou como pode conseguir fazer com que o ambiente não o afete tanto.

Peça para ela dizer o que a incomoda





Um dos problemas em lidar com alguém hipersensível é saber o que o incomoda e até que ponto o afeta. Mostre-se compreensivo e disposto a ajudar, e peça com jeito para que a pessoa hipersensível explique o que a incomoda. Mais ainda, pergunte também o que você pode fazer para evitar, caso não seja óbvio.
A pessoa hipersensível também deve saber que você não percebe as coisas da mesma forma, mas que tem interesse em não incomodá-la, que você faz o que faz sem ter consciência de que isso a incomoda.

Respeite o seu tempo e seu espaço



As pessoas adaptam-se ao ambiente. É uma regra básica de sobrevivência. No entanto, nem todos fazemos isso da mesma forma. As pessoas hipersensíveis também desenvolvem sua própria forma de se adaptar às circunstâncias. E, como acontece com qualquer pessoa, algumas fazem de uma forma e outras de outra, sendo que nem todas são igualmente eficazes.
Em qualquer caso, as pessoas hipersensíveis desenvolvem sua própria forma de adaptação e muitas fazem a sua parte para tentar levar uma vida normal. Elas precisam do seu tempo e seu espaço. Suas estratégias podem exigir altas doses de concentração, se afastar da multidão por um tempo ou manter uma certa distância. Respeite-a e tudo será mais fácil.
Mulher com flores redondas no rosto

Não provoque discussões sobre temas delicados


Temas como política e religião (e, em alguns ambientes, o futebol ou qualquer outro esporte popular) são sensíveis e sempre podem acabar em discussão.
Alimentar conversas sobre estes temas pode ser muito delicado para as pessoas hipersensíveis, por isso não é aconselhável entrar nesse tipo de conversa com elas. Isso as afetará emocionalmente de forma mais intensa do que a maioria.
Entretanto, para as pessoas hipersensíveis pode haver outro tipo de tema delicado. Isso vai depender de cada pessoa. Por isso é importante tentar detectar estes temas para não discutir sobre eles e aprender a identificar os sinais de que um tópico é delicado para essa pessoa específica.

Dê importância aos detalhes


As pessoas sensíveis são muito observadoras. Observar os detalhes dá sentido ao mundo que as rodeia. Os detalhes mais insignificantes para os outros podem ser muito importantes para elas. Dar importância aos detalhes vai permitir que você simpatize mais com essa pessoa, se mostre compreensivo e ajude-a a se sentir melhor.
Ansiedade e adrenalina


A ansiedade, um monstro que se alimenta da nossa adrenalina

A ansiedade é um monstro que se alimenta da nossa adrenalina, enquanto a adrenalina é uma substância que nosso corpo libera quando sente que há algum perigo no ambiente e quer nos preparar para que nos protejamos.
Ela pode ser despertada ao vermos um leão ou uma cobra, algo que é muito pouco provável no mundo em que vivemos hoje e que, portanto, parece ser pouco adaptativo. No entanto, a adrenalina também é liberada quando, de repente, escorregamos ao descer as escadas ou quando o óleo salpica da frigideira enquanto fazemos o jantar.
Neste momento, nossa adrenalina é disparada e nos ajuda a nos segurarmos ao corrimão ou a nos afastarmos do fogão no qual estamos fritando um ovo. Ou seja, nossa adrenalina nos coloca em movimento e nos ajuda a agir a tempo, antes que um resultado fatal ocorra.
mulher-ansiosa
No entanto, no mesmo instante em que a adrenalina é liberada, o monstro daansiedade desperta de sua letargia ao sentir o cheiro de seu alimento. No princípio, ele também faz parte deste instinto de proteção, contribuindo, assim, para que nos agarremos ao corrimão e procuremos manter o equilíbrio antes de cairmos na escada.
No entanto e, apesar de um escorregão na escada ser uma situação cotidiana, pode ser que o monstro da ansiedade desperte e já não consiga voltar a dormir. Então ele fica dentro de nós se alimentando da adrenalina que liberamos, enquanto nós continuamos sentindo o coração acelerado e o susto em nosso corpo.
Enquanto o monstro continua tendo adrenalina para se alimentar, o sentiremos dentro de nós. No entanto, uma vez que não estivermos em uma situação de perigo, o monstro, sabendo que suas reservas de adrenalina estão se esgotando, hibernará por escassez de alimento.
correr-com-adrenalina
Acontece que, às vezes, o monstro da ansiedade nos dá tanto medo que lutamos para que ele vá embora de nosso corpo, gritamos dizendo que não o queremos, que não o aceitamos e que ele não deveria estar dentro de nós.
~




Essa batalha psicológica faz com que o nosso corpo libere outra dose de adrenalina, só que dessa vez não há um perigo real que a justifique, e sim um monstro que está ansioso para se alimentar cada vez mais.
Então, graças ao excesso de adrenalina, o monstro da ansiedade se torna enorme e tremendamente agressivo. Ameaçador, grita dizendo que vai paralisar nosso coração, que ressecará nossa garganta ou que devorará nosso cérebro.
Ele não pode fazer isso, mas diz isso para nós cada vez mais alto, porque sabe que assim o ouvimos melhor e consegue obter mais alimento emocional, mais adrenalina. Então impregna nosso dia a dia com uma fome insaciável que sabe que, como súditos, vamos aplacar se ele se fizer notar.
mulher-ansiosa
Agora, se nós não o escutarmos e aceitarmos seus gritos como normais, deixaremos de prestar atenção nele e ele não obterá adrenalina do nosso corpo, assim, finalmente, o monstro da ansiedade não terá outro remédio que não seja voltar a se submergir em um sono tranquilo e emagrecer.
O monstro da ansiedade só pode assustar nosso corpo. Como vemos, ele representa uma forma natural nossa de agir diante de algo que nosso corpo ou nossa mente entendem como perigo imediato.
No entanto, quando ele obtém nossa atenção, se descompensa e se encoraja, pois entende que somos nós quem reclamamos por ele e o convidamos para agir e crescer de forma descontrolada.



É um mecanismo simples e normal que todos nós podemos entender. Agora, tanto se este monstro já é enorme, como se em um futuro ele não quiser voltar a dormir, devemos nos lembrar de que está em nossas mãos torná-lo menor e irrelevante, se escolhermos aceitar que sua presença dependerá de que nos abramos ou nos limitemos a experimentar aquelas sensações que são naturais.
mulher-flor
Fonte bibliográfica de interesse: Entenda e lide com a sua ansiedade de José Antonio García Noguera e Javier García Ureña (tradução livre).